Nesse ínterim, o rapaz que estava ali só para fazer um favor, e que era inocente, tentou argumentar que não tinha nada a ver com aquilo. Ao que foi, rispidamente repreendido por um dos policiais: "cala a boca, malandro, todo mundo aqui é inocente!". Mesmo assim, antes de chegar na delegacia, ele ainda pediu que meliantes confirmassem a sua inocência, ao que um deles falou: "Aí, otário, fica na tua, na miúda. A casa caiu e estamos no mesmo barco, sacou? Quando o delegado começou a falar ele pensou: "Agora eu vou ser solto". Ledo engano. Tomou um chá de cadeira até que conseguiu, após várias tentativas provar a alguém naquela delegacia que ele não era nenhum ladrão e sim, trabalhador, tinha documentos, endereço fixo etc. O certo é que só após muitas horas ele conseguiu ser solto. Ainda bem.
E a partir daquele dia, sempre que via alguém empurrando um carro na rua ele, automaticamente, já se lembrava daquele fatídico dia em que foi confundido com um ladrão de carro, mas só que não passou apenas de um grande "laranja". Pois foi essa a alcunha que o delegado o definiu quando o dispensou, completando: "Da próxima vez que perceber alguém empurrando um carro na rua, pense duas vezes antes de ajudar, pois pode se ferrar, como desta vez!.
E até o suco dessa fruta - laranja - ele passou evitar só para não se lembrar de tal fato desagradável.
João Bosco de Andrade Araújo
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