Portanto, aquele desafortunado rapaz, de vez em quando perambula pelas ruas do bairro onde eu moro sempre em busca de algo que não perdeu. Parece que quando sua mente doentia dá um “estalo”, repentinamente, ele para e fica como se fosse uma estátua sem nome e sem personalidade. Faça calor ou frio, ali fica em algum lugar estratégico, ou seja, de modo que não atrapalha nem o trânsito ou transeuntes. Mesmo vegetando assim, ele até consegue algo: chamar a atenção das pessoas que desconhecem a sua loucura. Quer de carro ou a pé. Só nessas circunstâncias que alguém tem a coragem ou ousadia de provocá-lo com algumas palavras repletas de provocações impróprias e até ofensivas.
Enfim, o mistério que envolve aquela figura exótica, maltrapilha e fora do contexto social e as demais pessoas que se consideram normais, por incrível que possa parecer é idêntico, ou seja, é um mistério único. A diferença simplesmente pode estar nas roupas, calçados e, sem dúvida, no trabalho e conta bancária destas últimas. Pois, aquele rapaz muito estranho pelo menos, infelizmente, “assume” a sua total alienação, enquanto que os demais que se consideram de bem com a vida, levam uma vida normal, muitas vezes camuflam, disfarçam suas atitudes e gestos de qualquer maneira que não chamam muito a atenção dos demais mortais. E parafraseando Tolstoi tomo a liberdade de escrever: Todas as pessoas alienadas, consideradas doidas são parecidas entre sim, enquanto as que são normais agem cada uma a sua maneira.
João Bosco de Andrade Araújo
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