A funcionária que ia me levar, por sinal, acomodado numa cadeir de rodas (norma hospitalar) quando chegou próximo do elevador encontrou com um colega de profissão que precisava também do seu serviço e era mais urgente. Pensei imediatamente: Ah, que bom, ela vai me levar de volta e vou tomar o meu chá com bolachas e conversar com a minha esposa!" Grande equívoco da minha parte. Imediatamente ela pediu a outra enfermeira que passava pelo o local para levar até à sala de Raio X. Esta atendeu, porém com muita má vontade, por sinal, com uma cara de poucos amigos. Ao encontrar outra no elevador, a fofoca correu solta que eu fiquei até com vergonha, Sinceramente, naquele momento se eu fosse surdo ganharia muito mais! Deus me livre! O certo ou errado é que ninguém ali naquele elevador estava entendendo nada daquela fofoca, exceto eu, humilde paciente. Tive até dó daquela primeira enfermeira que pediu este favor, talvez por um justo motivo, mas foi mal interpretada, chegando ser caluniada por esta colega. Só não foi chamada de "santa", coitada!
Chegando ao local do exame, a dita cuja fofoqueira simplesmente me deixou num local impróprio, inclusive de costas para a entrada da sala de Raio X. Nada reclamei porque nada conhecia naquele local. Para mim estava tudo bem. Porém, quando uma secretária percebeu a posição daquela cadeira de rodas naquela posição, quase atrapalhando outras pessoas que passariam pelo local, falou lá da sua confortável cadeira:
-O senhor vai tirar Raio X?
-Creio que sim - respondi sucintamente.
- E quem o deixou nesta posição aí?
- Ora, uma enfermeira com muita má vontade. Mas não se preocupe que eu posso me arrumar . Em seguida me levantei da cadeira de rodas, deixando aquela recepcionista boquiaberta e estupefata, parecia que ela estava vendo alguma assombração:
-Meu Deus, que suto! Eu não sabia que o senhor podia andar! Pensei logo num milagre!
-Pode ficar tranquila, jovem. Ainda não é um milagre. Pode ficar sossegada que eu não tenho nenhum problema nas minhas pernas, o que eu tenho é anemia crônica!...
-Desculpe, senhor!
- Está desculpada, mas eu é que peço pelo susto que você levou. Se me der uma bola, posso até fazer um pouco de embaixadinha aqui, se o ambiente fosse adequando...- brinquei para deixar o ambiente mais descontraído.
Após o exame, a mesma secretária ligou convocando alguémm para vir me buscar. Graças a Deus veio outra pessoa menos estressada e fofoqueira. Apesar de não ter demorado muito, mesmo assim quando cheguei ao quarto da enfermaria o lanche já tinha sido recolhido, mas em compensação a minha esposa ainda estava lá de plantão, só me aguardando e, evidentemente, com algumas poucas, mas deliciosas guloseimas, que foram consumidas sorrateiramente, uma vez que não eram permitidas dentro do ambiente hospitalar. Mas, pensando bem, para quem está com anemia e ficar sem comer nada por causa de um transtorno qualquer alheio à sua vontade, é pura idiotice. E ataquei as frutas e biscoitos que ela trouxera para mim.
João Bosco - (Próxima postagem: 3º Exame: ULTRASSONOGRAFIA
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