domingo, 13 de novembro de 2011

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA

TERCEIRO EXAME: ULTRASSONOGRAFIA


E esta era a minha rotina naquele Hospital Vasco da Gama. Terminava de fazer um exame, o Dr. Maurício não encontrava nenhum vestígio com a causa daquela anemia que me assolara, pedia outro. Portanto, no dia seguinte, já estavam me levando para ser submetido a uma ULTRASSONOGRAFIA. Só para me preparar psicologicamente, perguntei a uma enfermeira muito atenciosa e educada como seria esse exame. Enquanto ela me explicava, imediatamente me lembrei que já o tinha feito no ano passado. Realmente não era assim tão ruim ou dolorido, mas, por outro lado era maçante. E pequeno detalhes eram suficientes para me chatear. Primeiro: quando o auxiliar de enfermagem veio me buscar na sala de espera e vendo que estava numa cadeira de rodas, já falou, ironicamente:
-"O senhor ainda anda?"
- Por que não? Qual é o problema E em seguida me levantei cuidadosamente.
- "Calma, não precisa ficar nervoso! Pois pode prejudicar o exame que vai fazer.
- Que nervoso, rapaz? Só fico nervoso no dia em que o mundo estiver se acabando!
Ele percebeu que eu não havia gostado da sua indagação e em seguida me levou à presença do médico. Por sinal, também era novo e pelo jeito, também brincalhão e irônico. Em seguida começou um interrogatório como se eu fosse submetido a uma inquisição hospitalar, se é que posso usar este termo que foi muito usado pela Igreja há vários séculos.
-"Quanto anos? Estado Civil? Tem filhos? O que está sentindo? Tem tontura? Fuma? Bebe? Desde quando?"
Ia fazendo estas perguntas e registrando no computador. E voltou a repetir:
-"Há quanto tempo parou de beber?"
-Aproximadamente, 4 anos - respondi.
-"4 anos ou 4 dias?" Continuou o médico - pergunta esta que provocou até um sorriso maroto do enfermeiro presente ali na sala. Naquele instante, o meu sangue subiu e quase me descontrolei, peguntando:
-Que gozação é esta? Se continuar assim não responderei mais nenhuma pergunta idiota!
- Calma, senhor, é para avaliar o seu quadro clínico. Bem, vamos trabalhar, vamos ver o que restou deste seu fígado! Deita de lado! Relaxa!"
Fiz o que ele me pediu, continuou o exame e até no seu final, não abriu a boca para dizer um "a".
Pensando bem, a paciência também tem limites! Eu estava ali como paciente e não como um palhaço e muito menos servir de deboche e gozação. Quer trabalhar sério, tudo bem! Mas brincadeira boba em hora imprópria não era comigo. Então ficou o dito pelo não dito.
No dia seguinte, pelo que o Dr. Maurício falou, este exame tumultuado não acusou nada no meu organismo ainda debilitado. E pelo visto, iria pedir mais exames. Seja o que Deus quiser!

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