quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SÓ MUDAM OS PERSONAGENS!

Todas as histórias de adultério são parecidas. Disto ninguém tem a menor dúvida. A única diferença entre elas são os seus personagens com as suas particularidades. Por outro lado, neste fatídico assunto, há algo em comum a todos os casos: A MENTIRA ESFARRAPADA. Apesar da pessoa que cometeu um deslize moral deste quilate insistir em evasivas, mais cedo ou mais tarde, ela entrará em contradição ou deixará algum indício como prova da sua "pulada de cerca" e aí então, como se costuma dizer: "A casa cai", literalmente. Pois quando isto acontece, quase sempre a família, o lar será desfeito. Seria como ter acontecido uma implosão, pelo menos moral (ou imoral?)
Os casos de infidelidade amorosa são antiquíssimos. Os objetivos são sempre idênticos, repito, as circunstâncias é que, são sempre díspares. Sempre que "a bomba estoura", geralmente os comentários são sempre parecidos:"Nossa, mas fulano de tal parecia ser uma pessoa tão confiável, sincera!" É, parecia, disse bem. Pois quem se expressa assim desconhece totalmente a veracidade do pensamento que diz: "De longe, todas as montanhas são azuis!", quando se chega perto há de tudo, cobras & lagartos, pedras, espinhos etc. Vejamos o que aconteceu com este casal bastante simples e que ninguém desconfiava que ele estava sendo corroído pelo adultério praticado por um dos cônjuges.
Após mais de dez anos de casados, quando tudo parecia transcorrer normal naquela família, um dos membros se envolveu emocionalmente com outra pessoa e por um triz aquele lar não foi desfeito, não implodiu, graças à compreensão da vítima, isto é, da pessoa traída, que resolveu perdoar e relevar o triste caso, mais para perservar a sua família, que neste momento era formada por um casal de filhos, ambos adolescentes, portanto precisando muito dos dois.
O tempo foi passando e eis que ele começou a perceber uma mudança de comportamento da esposa, por sinal, mais nova do que ele. E pensava com os seus botões: "neste angu tem caroço!" ou "Neste mato, tem coelho!" Pois era um tal de ir na cabeleireira, manicure, enfim, andava com um visual sempre diferente e bem arrumado, sem motivos aparentes, justos. Pelo menos, para ele. Constatou também que a conta do telefone estava vindo fora do normal e além disto, na cama, a sua companheira parecia cada vez mais distante, fria. Amiúde, sempre após um das suas "misteriosas" saídas, sempre alegando que ia pagar alguma conta ou visitar uma amiga doente etc, ele a surpreendia com os olhos perdidos ou pensativa, como se estivesse pensando na morte da bezerra!...
Com a pulga atrás da orelha, ele começou a questioná-la sobre esta metamorfose, o que ela respondia sempre de maneira ríspida e pouco se importando com aquela desconfiança, que sem dúvida fazia sentido, pois sem querer, ela estava dando bandeira, para não dizer outra palavra mais chula. Sendo assim, com o coração já dilacerado, sem precisar contratar nenhum detetive, chegou à conclusão que a sua antes dileta esposa o estava traindo e o que era pior, com uma pessoa bem próxima e conhecida. Mesmo que não o fosse, a mágoa teria as mesmas proporções, ou seja, o desgosto seria o mesmo.
Certa noite, quando ele menos esperava, não que já estivesse acostumado com aquela suspeita de traição, ela chegou da igreja, (eu disse igreja!) e se desmanchando em lágrimas, confirmou a suspeita do marido e confessou o adultério, pedindo-lhe perdão, dizendo-se bastante arrependida e coisa e tal. Parecia até uma cena de novela!. Como o dito cujo já estava preparado, pelo menos psicologicamente para aquele desfecho, a sua frustração não foi assim tão grande, mas o deixou arrasado, sem dúvida. Pensou rápido num adágio popular que diz: "ruim com ela, pior sem ela!", concedeu-lhe não só o perdão, como fingiu continuar morando com ela como se nada tivesse acontecido. Mas só Deus sabe o seu âmago dilacerado. E a vida continuou só que a confiança foi para o espaço. E resolveu deixar o tempo passar. Não pensando que ele curasse a sua cicatriz. Pois isto não é verdade. Pois sabia que "o tempo não cura tudo, apenas tira o "incurável" de foco!"

João Bosco de Andrade Araújo

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