quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA -

A RECAÍDA

Eu estava redondamente equivocado quanto a minha recuperação. Logo que voltei a trabalhar, realmente, a minha saúde parecia transcorrer muito bem. Só parecia. Cheguei a pensar que aquela minha recaída teria sido até uma praga. Talvez bobagem da minha parte. Por que cheguei a pensar isto? Porque no primeiro dia que regressei a trabalhar, após entregar o atestado médico no RH (Recursos Humanos), deparei-me com um líder de turma, o qual se intitulava "supervisor" e com aquela petulância que sempre lhe era peculiar, falou para eu começar a trabalhar no segundo turno, isto é, das 14 às 22 horas, por sinal, um horário que eu sempre detestei, desde a firma anterior. E ele sabia desta minha aversão, quem sabe, por este motivo, ele quisesse me provocar. Na realidade, não éramos inimigos, mas uma ojeriza recíproca havia entre nós dois. E nesta ocasião, o dito cujo, ainda teve a empáfia e a falsidade de me dizer:
-Olha, é melhor você trabalhar no meu horário, pois como está se recuperando de uma doença grave e como o trabalho noturno é muito estressanto, para o seu bem, a minha sugestão é que você venha trabalhar no segundo turno!...
-Para o meu bem? Pois agradeço imensamente a sua preocupação com a minha saúde, só que irei continuar no meu turno e ponto final!
Pensando bem, o que aquele camarada me falou teria até muita lógica, mas se partisse de outra pessoa, que tivesse um bom caráter. Mas daquele lider, sinceramente, como eu já o conhecia da outra empresa, quando já tínhamos trabalhado no mesmo horário e eu já conhecia a sua arrogância, o seu temperamento, a sua falsidade, então rejeitei a sua sugestão, como inspetor de qualidade que eu era.
Pois não deu outra. Durante dez meses, tudo transcorria normalmente. Contudo, no início de março de 2003, aquela anemia começou a dar sinal que estava voltando. O meu paladar começou a fugir, deixando a comida sem gosto nenhum, o apetide diminuindo, uma tontura esporádica, um cansaço, enfim a minha saúde estava em declínio. Então, com uma alimentação irregular e dormindo pouco, a primeira pessoa a perceber que eu não estava bem foi a minha esposa, a qual já começou a ficar preocupada, incentivando-me como sempre, a procurar logo um bom médico enquanto era tempo.
Lembrei-me imediatamente da Drª Heloisa, a cardiologista da clínica da Av. Nove de Julho, que me atendeu muito bem no ano passado, descobrindo qual era a minha enfermidade. E desta vez, com a mesma educação e eficiência, logo solicitou outro hemograma. Mas como a anemia piorou, não deu tempo de ir pegar o resultado daquele exame de sangue e resolvi logo procurar o Hospital Vasco da Gama, o mesmo onde eu havia sido internado também em 2002. Só que agora as novas instalações já estavam funcionando e parecia agora bem mais moderno.

(Próxima postagem: SEGUNDA INTERNAÇÃO)

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