segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

TIRANDO DÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

ESCRITO


Quem é que nunca ouviu uma criança dizer "tinha fazido", "tinha escrevido" ou "tinha abrido"? O processo é perfeitamente compreensível. Formas regulares de particípio terminam em "ado" ou "ido" ("chorado", "bebido", "assistido", por exemplo). o que faz a criança? Demonstrando raciocínio associativo, aplica o modelo, o que a faz chegar a "escrevido", "fazido" e "abrido". Porém os verbos "escrever, "fazer" e "abrir", entre outros, só apresentam um particípio, irregular: "escrito", feito" e "aberto"


ESCURO


O querido Raul Seixas fez muito sucesso com uma canção que começava assim:"Quem não tem colírio usa óculos escuros". Por que "escuros" e não "escuro"? Porque "óculos" é plural. Sim "óculos" é o plural de "óculo". Então, no lugar de "meu óculos", "o óculos", "este óculos", empregam-se "meus óculos", "os óculos", "estes óculos".


ESPAGUETE


De quantas formas você já viu grafada a palavra "espaguete"? Certamente de muitas formas. Em português, a grafia padrão é "espaguete"; em titaliano, grafa-se "spaghetti". Agora vamos às particularidades: em português, "espaguete" é singular (O espaguete estava ótimo); em italiano, "spaghetti" é plural. Plural de quê? De "spaghetto", que é o diminutivo de "spago", que significa...Sabe o quê? Prepare-se: "barbante". Ao pé da letra, "spaghetti" significa "barbantinhos". Portanto, quando você come espaguete, come "barbantinhos" - de massa alimentícia, é claro!


ESPONTÂNEO


Ninguém duvida de que as crianças são os seres mais espontâneos da face da Terra. Por falar nisso, qual é o nome da propriedade que possui quem é "espontâneo"? É "espontaniedade" ou "espontaneidade"? Qual é a palavra primitiva, ou seja, a que dá origem à que pretendemos grafar e pronunciar corretamente? É "espontâneo", não? Então de "espontâneo" fazemos "espontaneidade".


ESQUECER


Pode-se dizer que o verbo "esquecer", com o sentido de "perder a lembrança" ou de "deixar sair da memória", tem duas regências bastante comuns no padrão culto. Num dos casos, o verbo é transitivo direto, isto é, não exige preposição.: "Não esqueço você". No outro, ele é pronominal e transitivo indireto, ou seja, é conjugado com um pronome e rege a preposição "de": Não me esqueço de você". Essas mesmas regências valem para o verbo "lembrar": "Não me lembro seu nome", "Não me lembro de seu nome".


Comentários do Professor Pasquale Cipro Neto

Dicionário da Língua Portuguesa

Gold Editora Ltda

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