Há alguns anos, as visitas inesperadas que recebíamos em nossos lares eram geralmente de cobrança ou de vendedores de enciclopédias e outras coleções de livros. Hoje em dia, as coisas mudaram. Este tipo de visita quase não há mais. Foram substituídas por pessoas que se intitulam "Mensageiras do Evangelho" e que, geralmente, nos finais de semana, sempre perambulam pelos condomínios da periferia, propalando a palavra de Deus de alguma forma ou de outra. A intenção é válida, não resta a menor dúvida. O que se lamenta é o tipo da abordagem, do assunto e a maneira como falam da mensagem cristão que professam. A maioria é evangélica e Testemunhas de Jeová. Sempre insistindo para ler algum trecho da Bíblia, sem se importarem se a dona de casa está ocupada ou não. Nestes casos, muitas vezes, o que acontece é que a pessoa, como é pega de surpresa, pode simplesmente, por educação abrir a porta, mas por ojeriza e falta mesmo de afinidade com o tema proposto, não abre nem um pouco o seu coração. Então, tudo que ouvir obrigada naquele momento será em vão.
Um detalhe que se percebe é que estas pessoas são persistentes, isto é, não desistem facilmente a um não. Quando saiem dos prédios, passam a abordar transeuntes na rua, nas esquinas, nas avenidas e pelo menos, como percebem que quase todo o mundo anda apressado, o máximo que conseguem é distribuir alguns folhetos, os quais logo em seguida são amassados e jogados na rua. Raríssmas são as pessoas que dão total atenção e procuram ler este tipo de mensagem. Só que, pensando bem, na minha opinião, jamais podemos criticar, condenar este tipo de abordagem social porque, afinal, a intenção destas pessoas é ajudar mesmo a minoria. O pouco que conseguem já é muito para eles, evidentemente.
Joboscan de Araújo
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