quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA - III

NOVO EMPREGO

Após oito meses trabalhando na banca de jornal, quando já estava me acostumando com a rotina, com a frequesia, eis que surgiu uma inesperada oportunidade de emprego numa firma concorrente da última que eu havia trabalhado por vários anos. Estou falando da indústria fonográfica quanto a fabricação de CD's e DVD's. Não pensei duas vezes. Aceitei o convite e em apenas seis dias já estava trabalhando com carteira assinada e tudo o mais. Passei a exercer a mesma funçao: Inspetor de Qualidade. Até o horário, coincidentemente, era o mesmo: terceiro turno. Só tinha uma grande desvantagem: era muito longe. Do outro lado da cidade. Eu demorava três horas para chegar lá. Resumindo: seis horas (ida/volta) dentro de um ônibus. Mas, tudo bem.
Com esse novo trabalho a adminstração da banca de jornal ficou a cargo da minha esposa, com a ajuda esporádica dos meus dois filhos. Mesmo assim, ainda conseguia ficar, em média, três horas por dia na mesma, isto é, quando regressava do serviço noturno. Com isso, o horário para dormir ficou reduzido, ficando restristo das 13 às 18 horas. E assim fui levando a vida. Ora dormindo pouco ora me alimentado mal, até que após dois meses neste rítmo alucinante e desregrado, comecei a sentir pequenas tonturas estranhas, cansaço forte, falta de apetite, pés inchados etc.
Após muita insistência da minha esposa, que estava muito preocupada com a minha saúde abalada e contra a minha vontade, resolvi procurar um médico. Fiz isto acompanhado por ela. Aqui começou o meu périplo hospitalar. O grande paradoxo de tudo isto era que sempre eu costumava divulgar um pensamento que diz assim: "As árvores são como as pessoas: nascem, crescem, mas como não têm pés para ir ao médico, vivem mais". Sendo assim, tive que engolir este contrassenso como se fosse um comprimido qualquer para a minha teimosia que começava vir ao chão, literalmente.

(Na próxima postagem: Primeira consulta)

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