sábado, 6 de agosto de 2011

A TRISTE MANIA DE DOENÇA

Não é necessário ser nenhum hipocondríaco para perceber que há um modo esquisito de alguém pedir algum remédio. Pois a mania de seguir conselhos, sugestões de vizinhos, parentes, amigos faz com que o doente contumaz nem perceba que a maneira como ele pede um determinado medicamento já o deixa vulnerável a alguma dor fictícia, imaginária. Senão vejamos, por exemplo, a expressão que muitas pessoas proferem quando adentram numa farmácia do seu bairro. Considerando que se trata de um funcionário bastante conhecido, o (a) freguês (a) nem se preocupa com o modo de pedir um remédio e, geralmente já chega soltando pérolas do tipo: "Você tem alguma coisa para dor de cabeça, estômago, dente etc? E assim, sucessivamente. Esquecendo-se que aí é que mora o perigo. Pois sem receita médica, o funcionário daquele estabelecimento, dependendo da pessoa, fica bem à vontade para deitar e rolar na escolha do comprimido, analgésico. Mesmo sabendo que há uma lei que determina, que proibe venda de remédio sem receita, exigindo inclusive duas cópias, ficando uma para arquivo. Bem, mas em muitos casos, há as exceções.
Mas o que pretendo dizer é que, de tanto tomar remédio, principalmente se baseando nos conselhos dos outros, muitas pessoas chegam a tomar tanto comprimido para isto ou aquilo, que muitas vezes, tal medicamento já não surte o efeito almejado. Ficando, como se costuma dizer, o dito pelo não dito. O que se resume naquela situação estranha e paradoxal: adquire-se algo para dor de estômago e quando menos espera, após tomar o remédio, a dor persiste. O mesmo se pode dizer da dor de cabeça, de dente,de ouvido, garganta etc. Tudo isto com receio de ir ao médico e descobrir um problema mais sério. Atitude esta típica das pessoa que são coniventes com um pensamento que diz assim: "As árvores são como as pessoas: nascem, crescem; mas como não têm pés para ir ao médico, vivem mais!"


João Bosco de Andrade Araújo

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