sábado, 20 de agosto de 2011

A SAGA DE UMA ANEMIA CRÔNICA -

PRIMEIRA CONSULTA


Depois de muito relutar, a primeira consulta médica foi marcada, através do meu convênio. Optei por uma clínica mais perto de casa, o máximo possível. Então a primeira consulta foi agendada para 08/04/2002, no bairro de São Mateus. Fui atendido de maneira muito fria e displiscente por um médico sexagenário e obeso, cuja nacionalidade nipônica poderia até me causar melhor impressão. Mas não foi o que realmente aconteceu. O Dr. Yaso Nakamoto, sentado estado estava, sentado ficou. Com um olhar lânguido sobre os óculos de armação antiga, tal qual o seu usuário, ele não me examinou e muito menos olhou para os meus pés inchados, os quais estavam dificultanto eu andar. Fazia isto com muita dificuldade. O médico japonês parecia mais preocupado com um lanche que mandara buscar na padaria da esquina do que avaliar o meu estado de físico, que era péssimo naquele momento. Mesmo assim, não sei como, pediu um Raio-X do pulmão e outro exame denominado Teste de Mantoux (PPD), o qual consistia em coletar algumas gotículas de sangue de uma região do meu braço exangue.
No dia seguinte, fui pegar os resultados dos exames com a mesma dificuldade, parando e sentando de vez em quando em qualquer lugar adequado. Tudo isto por causa de uma tontura que insistia em embaçar e escurecer a minha vista. E foi assim que regressei àquela primeira clínica. O mesmo médico carrancudo e glutão pegou os exames e com aqueles olhos quase fechados, olhou, olhou e não encontrou nada de anormal. Só que desta vez a minha esposa estava me acompanhando. E exigiu que ele fizesse alguma coisa mais consistente, mais prática ou então me encaminhasse a alguma especialista, pois o meu estado de saúde estava vizivelmente péssimo. O dito cujo respondeu, estupefatamente, com uma pergunta infantil:
-"Especialista de quê, minha senhora?!" - Foi a petulante pergunta daquele homem que se intitulava médico.
-Ah, doutor, e eu é que sei? Se eu soubesse já tinha levado o meu marido a outro médico - respondeu a minha esposa já bastante aflita e nervosa.
Finalmente, sem muita convicção, aquele japonês de jaleco branco e amarrotado pelo seu corpanzil, encaminhou-me a um cardiologista. Menos mal. Saimos dali com uma receita de uma vitamina injetável. Só que esta só poderia ser aplicada em algum hospital. E lá fomos nós para a segunda consulta.

(A seguir, a continuação desta SAGA)

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