terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS - XI -

- “POSSO ENTRAR?”

Pergunta esta, geralmente feita por algum parente, amigo ou conhecido após ultrapassar o limite da porta de entrada de uma residência (que neste caso encontra-se encostada). Ora, se se toca a campainha ou bate palmas ou um leve toque na porta, a história será outra. A pessoa visitante agirá dentro das normas da civilidade e boas maneiras, obviamente. Por outro lado, fazer tal pergunta depois que já está dentro do respectivo domicílio, sem dúvida, não fará o menor sentido. Estou certo ou errado? É um daqueles paradoxos corriqueiros até certo ponto perdoáveis, diga-se de passagem.


-”... E O PIOR É QUE É VERDADE!”.

O contra-senso desta afirmação é semelhante ao da frase: “CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO”. Pois sabemos que, tanto VERDADE e PREJUÍZO englobam algo de bom e de ruim, respectivamente. A primeira sempre é benquista, muito embora, algumas vezes, chega a ferir. Quanto ao prejuízo, traz no seu bojo algo sempre indesejável, pois sintetiza alguma coisa maléfica, desagradável. Portanto, usar algo de bom numa determinada frase antecipado por uma palavra que resume ao contrário é, sem dúvida, um paradoxo, muito embora, algumas vezes, perdoável. As duas frases supracitadas bem que ficariam diferentes se forem proferidas assim: “... E O MELHOR É QUE É VERDADE!”. “CORRER ATRÁS DA VANTAGEM”. Mas, quem na mídia se habilitará falar desta maneira?

João Bosco de Andrade Araújo

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