terça-feira, 16 de dezembro de 2008

OS EXCLUÍDOS DA SOCIEDADE

Se se observar atentamente, notar-se-á com facilidade que em todo bairro de uma metrópole brasileira ou não, sempre haverá uma ou mais pessoas totalmente excluídas da sociedade, apresentando algum problema psíquico, mental ou por extrema alienação social mesmo. Em outras palavras: em quase toda região geralmente tem um “doido” inofensivo, vivendo por viver, ou o que é pior, vegetando sem nenhuma perspectiva de uma vida melhor, sem ideal, responsabilidade. A maioria das pessoas desconhece o vínculo familiar de um elemento assim, que vive para cima e para baixo, dependendo de favores de terceiros e acima de tudo, até sofrendo certo desprezo da sociedade em geral. Dançam conforme a música. Como todo mundo, cada um tem a sua pequena história. A vida particular de cada um é algo totalmente enigmático, onde ninguém consegue descobrir o fio da meada. Só Deus sabe!...
O excluído do bairro onde moro, por exemplo, é sem dúvida uma pessoa bem exótica. O seu apelido é até pomposo: é chamado por todos de “Roberto Carlos”. Não é necessário dizer do seu olhar orgulhoso e feliz alguém o chama em voz alta com a alcunha do rei da jovem guarda dos anos 60. Esse senhor em questão, cujo nome verdadeiro ninguém sabe, puxando o seu carrinho de feira, aliás, vários destes interligados, repletos de latinhas amassadas, litros de plásticos, sem acompanhado do seu inseparável escudeiro, um velho cachorro vira-lata, diariamente lá vai ele todo contente da vida pelas ruas do nosso bairro, coletando o seu ganha-pão. É importante frisar que, de um modo geral as pessoas gostam dele, principalmente as crianças. Parece que nada o deixa aborrecido. Aparenta sempre contente, estado esse provocado talvez pela sua alienação. Faça sol, faça chuva, lá vai o excluído “Roberto Carlos” do meu bairro, levando a vida do jeito que Deus quer. E ele também, por que não?

João Bosco de Andrade Araújo

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