O excluído do bairro onde moro, por exemplo, é sem dúvida uma pessoa bem exótica. O seu apelido é até pomposo: é chamado por todos de “Roberto Carlos”. Não é necessário dizer do seu olhar orgulhoso e feliz alguém o chama em voz alta com a alcunha do rei da jovem guarda dos anos 60. Esse senhor em questão, cujo nome verdadeiro ninguém sabe, puxando o seu carrinho de feira, aliás, vários destes interligados, repletos de latinhas amassadas, litros de plásticos, sem acompanhado do seu inseparável escudeiro, um velho cachorro vira-lata, diariamente lá vai ele todo contente da vida pelas ruas do nosso bairro, coletando o seu ganha-pão. É importante frisar que, de um modo geral as pessoas gostam dele, principalmente as crianças. Parece que nada o deixa aborrecido. Aparenta sempre contente, estado esse provocado talvez pela sua alienação. Faça sol, faça chuva, lá vai o excluído “Roberto Carlos” do meu bairro, levando a vida do jeito que Deus quer. E ele também, por que não?
João Bosco de Andrade Araújo
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