domingo, 14 de dezembro de 2008

O VASO DE PORCELANA

Certo dia, num mosteiro, após a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O Mestre convocou todos os discípulos para escolher entre eles quem seria a nova sentinela. Em seguida, explicou as regras: “Assumirá o posto o primeiro que resolver o problema que vou expor”. Então apontou para uma mesinha no centro da sala. Havia sobre ela um lindo VASO DE PORCELANA muito raro com uma rosa amarela de extraordinária beleza. O Mestre comunicou: “AQUI ESTÁ O PROBLEMA!”.
Todos ficaram olhando o vaso belíssimo de valor inestimável e a maravilhosa flor dentro dele. O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? Nesse ínterim, um dos discípulos sacou a espada, olhou para o Mestre, para os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e. zupt... Destruiu tudo com um só golpe certeiro e implacável. Assim que ele retornou ao seu lugar, o Mestre imediatamente comunicou em tom irreversível: “Você será o novo Guardião do Mosteiro!”.
Os longos anos de prática tinham ensinado aqueles monges a refletir. O Mestre estava certo. O discípulo destruíra o vaso e a flor também, concomitantemente. Portanto, não importa qual seja o problema. Mesmo que ele seja algo lindíssimo. Se for um problema tem que ser eliminado. Um problema é um problema em qualquer lugar, em qualquer ocasião. Mesmo que se trata de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele em nossa vida, tem que ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso das coisas que foram importantes, mas hoje ocupam um espaço inútil nos corações e mentes. Espaço este indispensável para recriar a vida. Existe um provérbio que diz: “Para beber vinho numa taça cheia de chá é necessário jogar o chá fora para, em seguida, beber o vinho!”.

(Coletado e adaptado por João Bosco de Andrade Araújo)

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