segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MENTIRAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS - XII-

“VOCÊ SABE COM ESTÁ FALANDO?”.


Quando esta insolente pergunta é feita durante uma conversa ao telefone não tem nada de paradoxal. Pelo contrário é repleta de pura lógica. Todavia, quando é feita pessoalmente, ou seja, durante um “tête-à-tête” aí sim, terá um sentido de humilhação, onde o seu autor deseja insinuar um ar autoritário. Só que será importante deixar bem claro que esta controvertida pergunta é feita tanto pelos homens como também pelas mulheres. Nas duas circunstâncias, o sentido pejorativo ou não será sempre o mesmo. Do alto de um pedestal de areia, algumas pessoas se iludem, achando que são melhores do que as outras. O que será um grande equívoco. Pois, todos nós sabemos que, ninguém é melhor do que ninguém.


“VAI LEVAR NOSSO “ÚLTIMO” BOLÃO?”.


Dependendo da casa lotérica, esta fatídica pergunta é sempre feita a qualquer pessoa durante o seu atendimento. Quem não for um (a) cliente assíduo (a) pode até acreditar nesta “mentira inofensiva” e termina comprando o tal bolão de alguma loteria acumulada ou não. Pensando bem, este tipo de aposta coletiva - denominada bolão - não tem nada de irregular desde que preencha os requisitos pré-determinados e tenha, acima de tudo, uma pessoa idônea, responsável por esse tipo de serviço de atendimento ao público. Porém, essa modalidade de incentivo à aposta não é nenhuma invenção moderna. No tempo daqueles vendedores de bilhetes de loteria que ficavam andando de um lado para o outro, eles já usavam um artifício, um subterfúgio para agilizar a sua vendagem: mostravam uma fração qualquer como fosse a “última”. E logo que o comprador dobrava a esquina, tirava outra do mesmo bilhete da sua surrada algibeira e continuava apregoando: “Olha a última fração para hoje!”. “É a última chance de ficar rico!”. “Quem não arrisca, não petisca e nem belisca!”. “Aproveitem!”. E assim, sucessivamente. A diferença para os tempos hodiernos é simplesmente que não precisa mais gastar tanta saliva e suar tanto perambulando pelas ruas e avenidas!


João Bosco de Andrade Araújo

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