Após cinco minutos de viagem cheguei a pensar que o motorista tão logo percebesse alguma viatura da polícia fosse pedir alguma ajuda para conter, minimizar e de preferência, acabar com aquela balbúrdia. Mas, estava equivocado. O profissional do volante usou do seu bom senso e educação, parou o ônibus num local estratégico, levantou-se e, postando-se próximo à catraca, pediu educadamente aos jovens em questão que colocassem um ponto final naquela celeuma sem fundamento, sem graça, a qual já estava passando dos limites. Exigiu respeito aos demais passageiros daquele coletivo e agradeceu a atenção de todos. Falou pouco, mas bonito.
Quando recomeçou a viagem não se ouviu uma palavra quanto mais algum tipo de baderna naquele ônibus. Parecia até que aqueles jovens tinham descido envergonhados ou algo parecido. Mas não. Eles continuavam lá. A admoestação sincera e educada daquele humilde e educado motorista foi como uma implosão. A celeuma chegou ao fim num piscar de olhos. Particularmente, fiquei mais tranqüilo, pois só assim poderia ler a minha revista predileta.
Onde os baderneiros desceram, sinceramente não percebi, pois eles estavam na parte de trás do coletivo. Só tenho certeza que quando chegamos ao ponto final eles não estavam. Sumiram juntamente com o barulho que estavam fazendo, ainda bem! Nota zero para eles e dez para o motorista que não precisou usar de nenhum tipo de violência para conter tamanha balbúrdia!.
João Bosco de Andrade Araújo
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