segunda-feira, 15 de junho de 2009

DAMA-DA-NOITE: O PERFUME DA DISCÓRDIA

Se eu resumisse o título apenas com DAMA-DA-NOITE, evidentemente, a primeira impressão que daria é que o assunto abordado seria relacionado a alguma garota de programa ou algo semelhante. Mas o(a) leitor (a) pode ficar tranquilo (a) que o tema aqui será outro bem diferente.
DAMA-DA-NOITE, neste caso, trata-se daquele arbusto bastante cultivado em jardins, cujo perfume intenso das suas flores é sentido à noite, por essa razão foi dado esse nome a essa planta da família das solanáceas, cujo nome científico é CESTUM CALYCINUM. Mas deixando de lado esse preâmbulo, vamos ao objetivo principal dessa crônica, que se trata do perfume da discórdia dessa inocente planta.
Aqui no condomínio onde resido, é bem possível que a pessoa que plantou esse arbusto, jamais pensaria que ele seria motivo de uma celeuma, envolvendo vários condôminos. Tudo por causa do perfume que irrita alguns e agrada a outros. Concretamente, acontece que, recentemente, alguns moradores passaram a implicar com o forte perfume da litigiosa DAMA-DA-NOITE. Concomitantemente, outro grupo fez e faz questão de deixar as janelas abertas para sentí-lo melhor. E o litígio foi formado: O que fazer com tal planta? Arrancá-la? Tirar apenas suas flores? O caso foi levado à Administradora do Condomínio. Esta omitiu opinar sobre o caso, delegando-o ao síndico do prédio. Afinal ela cuida da parte monetária e administrativa de um prédio e não botânica, envolvendo qualquer condomínio. O síndico então foi sucinto e taxativo. Fez uma reunião. Resultado empatado: 10 votos pró e 10 contra a permanência da DAMA-DA-NOITE no nosso jardim. Sem direito a vonto de Minerva.Portanto,assunto encerrado. A planta continua no jardim do prédio.
Enquanto isso, o perfume da discórdia vai continuar invadindo durante a noite os apartamentos, quer agrade ou não. Pensando bem, pior seria se o nosso olfato fosse importunado por algo bem mais fétido e não apenas por um perfume enjoativo a alguns e, ao mesmo tempo, fugaz. Que culpa tem uma simples planta, cujo perfume que suas flores exalam não agrada a todos? É aquela história: gosto não se discute. É mesmo? Então para que levar tal caso ao conhecimento de uma Administradora e logo em seguida perder tempo com uma reunião inútil para tratar de assunto tão banal? Chegando, inclusive, ao cúmulo de algumas pessoas hipocondríacas queixarem-se que o tal perfume da já estava lhe fazendo mal e iria procurar um médico, etc. Atitude lamentável e sem comentários. Pessoas com tal índole doentia, tudo indica que nunca tomaram conhecimento dessa verdade: “AS ÁRVORES SÃO COMO AS PESSOAS: NASCEM, CRESCEM, MAS COMO NÃO TÊM PÉS PARA IR AO MÉDICO...VIVEM MAIS!”
Durma-se com um barulho desse!!!!


João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

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