quarta-feira, 3 de junho de 2009

UM BOM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO

Dário é um senhor bastante conhecido aqui na nossa rua, num bairro da zona Leste de São Paulo. Há, praticamente, três anos ele foi vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral), que por pouco, não foi se “encontrar com São Pedro”, conforme o próprio agora costuma dizer risonho e enfático, com o seu ar de bonachão.
Todos sabemos que, infelizmente, ninguém está isento de um transtorno dessa natureza, envolvendo a saúde, o que desinstabiliza o cotidiano de qualquer família em todos os sentidos; desde o emocional ao financeiro. E no caso do senhor Dário não foi nada diferente. Após permanecer 15 dias numa UTI (Unidade de Terapia Intensiva), inconsciente e sem muita esperança de se restabelecer, como um milagre talvez, os médicos constataram que ainda não era chegada a sua hora. E logo foi transferido para um quarto de enfermaria para observção e acompanhamento, juntamente com a presença dos seus familiares e amigos. Portanto, ele conseguiu um primeiro drible nesse jogo da VIDA X MORTE.
Nesse outro ambiente hospitalar, aquele paciente foi recuperando, paulatinamente, a sua rica memória. Já um pouco consciente, começou a reconhecer as pessoas que o visitavam, só não conseguia falar nada, mas através dos olhos e poucos gestos, dava entender que, apesar do seu delicado estado, a sua saúde estava à deriva, precisando de minuciosos cuidados. Passado o tempo necessário, os médicos resolveram dar Alta àquele paciente predestinado, cuja vontade de viver era realmente impressionante. Suas primeiras palavras ainda na enfermaria foram: “quero voltar pra casa!” Palavras estas pronunciadas com muita dificuldade, pois sua dicção estava muito afetada pelo derrame do qual foi vítima. Com paciência, quem o conhecia bem, aos poucos o compreendia perfeitamente.
Em sua casa, apesar das recomendações médicas, mesmo preso a uma cama, fazia sempre um grande esforço para demonstrar bem mais à vontade. Tomava os inúmeros medicamentos, fazia os exercícios recomendados sem nunca reclamar de nada. O que ele queria mesmo era a sua saúde de volta. E conforme o tempo foi passando, quando sentiu que já podia ficar de pé e com ajuda de muletas dar alguns passos, pronto, chorou de alegria e disse: “Eu vou ficar bom!”. Percebendo aquela extraodinária força de vontade, aquela dedicação para fazer fisioterapia e fonoaudiologia, os seus familiares não mediram esforços e procuravam estar sempre à disposição do senhor Dário, que nunca resmungava de nada. Sempre dócil e grato com todos que o visitavam. Costumava pedir só um favor quando percebia que alguém o olhava com dó: “Por favor, não tenha dó de mim! E sim de quem não quer viver! Não existe nada melhor do que a vida!”
Quando menos se esperava, eis que o senhor Dário deixa a cama e, lentamente, sempre bem acompanhado, ganha as ruas vizinhas. Ele queria abraçar a todos, ao mesmo tempo agradecer aqueles que o visitaram e rezaram por sua saúde. O certo é que, atualmente, após três anos do fatídico AVC, quem o vê agora, andando sozinho e sem muletas, não imagina que aquele senhor esteve às portas da morte. Mas, graças ao bom atendimento médico e a sua enorme força de vontade, recuperou-se. Sem dúvida, um nítido bem exemplo de superação. O seu otimismo, bom-humor, persistência e acima de tudo, força de vontade foram e são fundamentais em sua vida. Quando alguém lhe pergunta pelas muletas. A sua resposta é rápida e repleta de humor:
“Que muletas, rapaz, eu quero saber agora é das MULATAS!”


João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

1 comentários:

Anônimo disse...

História interessante, mesmo porque
o protagonista da história é meu irmão. Deus o ajudou e ele está bem graças a DEUS.
Dilson Nenésio do Nascimento
dilsonnenesio@bol.com.br
Fone: 34659384/99628311
Recife, 16 de novembro de 2009