Todos sabemos que, infelizmente, ninguém está isento de um transtorno dessa natureza, envolvendo a saúde, o que desinstabiliza o cotidiano de qualquer família em todos os sentidos; desde o emocional ao financeiro. E no caso do senhor Dário não foi nada diferente. Após permanecer 15 dias numa UTI (Unidade de Terapia Intensiva), inconsciente e sem muita esperança de se restabelecer, como um milagre talvez, os médicos constataram que ainda não era chegada a sua hora. E logo foi transferido para um quarto de enfermaria para observção e acompanhamento, juntamente com a presença dos seus familiares e amigos. Portanto, ele conseguiu um primeiro drible nesse jogo da VIDA X MORTE.
Nesse outro ambiente hospitalar, aquele paciente foi recuperando, paulatinamente, a sua rica memória. Já um pouco consciente, começou a reconhecer as pessoas que o visitavam, só não conseguia falar nada, mas através dos olhos e poucos gestos, dava entender que, apesar do seu delicado estado, a sua saúde estava à deriva, precisando de minuciosos cuidados. Passado o tempo necessário, os médicos resolveram dar Alta àquele paciente predestinado, cuja vontade de viver era realmente impressionante. Suas primeiras palavras ainda na enfermaria foram: “quero voltar pra casa!” Palavras estas pronunciadas com muita dificuldade, pois sua dicção estava muito afetada pelo derrame do qual foi vítima. Com paciência, quem o conhecia bem, aos poucos o compreendia perfeitamente.
Em sua casa, apesar das recomendações médicas, mesmo preso a uma cama, fazia sempre um grande esforço para demonstrar bem mais à vontade. Tomava os inúmeros medicamentos, fazia os exercícios recomendados sem nunca reclamar de nada. O que ele queria mesmo era a sua saúde de volta. E conforme o tempo foi passando, quando sentiu que já podia ficar de pé e com ajuda de muletas dar alguns passos, pronto, chorou de alegria e disse: “Eu vou ficar bom!”. Percebendo aquela extraodinária força de vontade, aquela dedicação para fazer fisioterapia e fonoaudiologia, os seus familiares não mediram esforços e procuravam estar sempre à disposição do senhor Dário, que nunca resmungava de nada. Sempre dócil e grato com todos que o visitavam. Costumava pedir só um favor quando percebia que alguém o olhava com dó: “Por favor, não tenha dó de mim! E sim de quem não quer viver! Não existe nada melhor do que a vida!”
Quando menos se esperava, eis que o senhor Dário deixa a cama e, lentamente, sempre bem acompanhado, ganha as ruas vizinhas. Ele queria abraçar a todos, ao mesmo tempo agradecer aqueles que o visitaram e rezaram por sua saúde. O certo é que, atualmente, após três anos do fatídico AVC, quem o vê agora, andando sozinho e sem muletas, não imagina que aquele senhor esteve às portas da morte. Mas, graças ao bom atendimento médico e a sua enorme força de vontade, recuperou-se. Sem dúvida, um nítido bem exemplo de superação. O seu otimismo, bom-humor, persistência e acima de tudo, força de vontade foram e são fundamentais em sua vida. Quando alguém lhe pergunta pelas muletas. A sua resposta é rápida e repleta de humor:
“Que muletas, rapaz, eu quero saber agora é das MULATAS!”
João Bosco de Andrade Araújo
www.joboscan.net
1 comentários:
História interessante, mesmo porque
o protagonista da história é meu irmão. Deus o ajudou e ele está bem graças a DEUS.
Dilson Nenésio do Nascimento
dilsonnenesio@bol.com.br
Fone: 34659384/99628311
Recife, 16 de novembro de 2009
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