terça-feira, 2 de junho de 2009

A CAPACIDADE DE AMAR

Pode-se ler todos tratados e livros, assistir a todos os filmes sobre o amor e a paixão, mas toda a tentativa de querer descobrir o que leva duas pessoas a se atraírem e se unirem sexualmente, será em vão. Afinal, como bem sentenciou o egrégio filósofo PASCAL: “O coração tem razão que a própria razão desconhece”. A veracidade dessa afirmação está diariamente estampada nos inúmeros casais que, aos olhos de terceiros, fisicamente não têm nada em comum, aparentemente, ou como se costuma dizer, erroneamente: “não se combina!” Esse é um péssimo julgamento, a priori, errôneo que ocorre desde os primórdios da humanidade e, pelo visto, jamais será extinto.
Ora, somente duas pessoas saberão, reciprocamente, diga-se de passagem, a força da atração que os une. O resto não interessa. E geralmente quando isso ocorre, principalmente na adolescência e juventude, as consequências são mais visíveis, mais sérias, mais notórias, muito embora , em alguns casos, efêmeras. Já quando ocorre na fase adulta, os efeitos são mais recatados, mas são parecidos: surge a falta de apetite, a preocupação em se produzir, telefonemas sucessivos, enfim, pensamento sempre voltado para aquela pessoa que cativou o coração, isto é, criou um laço, como escreveu o autor do livro OPequeno Príncipe. Esses sintomas de paixão nunca devem ser confundidos com o verdadeiro amor, que é algo bem mais sério e maduro, movido não só pelos sentimentos, coração, mas também pela razão. Só que em ambos os estágios de sentimentos, ninguém estará isento de também ser ludibriado. Pois, principalmente, no primeiro caso, quando a vista parece embaçada, não se consegue enxergar certas facetas da personalidade da outra pessoa. É como se dissesse: “De longe, todas as montanhas são azuis!”
Quando alguém usa o adágio, “olhando com os olhos e comendo com a testa” com deboche e no sentido pejorativo, dirigindo-se a uma pessoa sexagenária, por exemplo, pensando que ela já não tem mais prazer algum na vida, está enganada, redondamente. Pois é verdade que o peso da idade limita certas atividades físicas. Porém, o poder e a capacidade de admirar, desejar e amar só definham quando a pessoa morre. Caso contrário, tudo é possível até quando houver um sopro de vida. Portanto, uma simples palavra, um meigo aceno, um olhar insinuante e meigo, tudo isso pode significar muito para quem for capaz de sintonizar uma pessoa, mesmo que esteja no ocaso da vida!


João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

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