quinta-feira, 18 de junho de 2009

MENTIAS INOFENSIVAS & PARADOXOS CORRIQUEIROS - XXIII

“POR FAVOR, VIRA O DISCO!”



A Língua Portuguesa, inegavelmente, é repleta de expressões populares com duplo sentido. E uma delas, por sinal, perdeu o seu sentido literal nos dias de hoje, uma vez que estamos na época do CD (Compact Disc) e similares. Quando no tempo do inesquecível LP (Long-Play), ou melhor, o disco de vinil, também conhecido como “bolachão”, aí sim, a frase “por favor, vira o disco” tinha muita lógica. Afinal, quando determinada música enfadonha deixava qualquer um triste, manualmente, viarava-se o disco e outras músicas de rítmos diferentes e agradáveis poderiam ser ouvidas. Então, foi a partir dessa atitude que a referida expressão “virar o disco” passou a fazer parte da nossa linguagem, quando se pretendia que alguém mudasse de assunto. Agora, na época do CD tal pedido poderia ser atualizado para: “pula tal música, por favor!”. Pois se pedir para “virar o disco”, a impressão que se terá é que, desculpe o trocadilho, outra impressão, a do CD, estará sob nossos olhos!...


“NA HORA ERRADA E NO LUGAR ERRADO!”


Oxalá, Deus nos tivesse presenteado com uma bola de cristal, a qual nos mostrasse os perigos e armadilhas desse mundo complexo e violento! Mas, se Ele não achou correto fazer isso, paciência. Seja feita a sua vontade! Já como escreveu o famoso Guimarães Rosa, “Viver é perigoso!”, ninguém está isento das inúmeras vicissitudes dessa vida! Sendo assim, vivendo sempre expostos aos perigos desse mundo, só podemos mesmo contar com a sorte e, acima de tudo usar sempre a precaução como companheira. E o que tiver que ser será.
Quando acontece uma fatalidade com alguém, principalmente no caso de um assassinato repentido e estúpido, costuma-se usar a famigerada expressão: a vítima, infelizmente, estava “na hora errada e no lugar errado” quando tal fato aconteceu! Quanta banalidade! Que paradoxo corriqueiro! Ora, se a vítima de um tiro fatal, nesse caso, por ventura tivesse um pressentimento, uma bola de cristal, que lha admoestasse que não deveria ir a um determinado lugar, em tal hora, pergunta-se: será que ela teimaria em ir? Lógico que não! Como sabemos, a vida é bela!!!



João Bosco de Andrade Araújo

www.joboscan.net

0 comentários: